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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Porque Jesus morreu na cruz?

O segundo sermão de Natal, de São Leão Magno:

“Mas, o fato, caríssimos, de Cristo ter escolhido nascer de uma Virgem não parece ditado por uma razão muito profunda? Isto é, que o diabo ignorasse que a salvação tinha nascido para o gênero humano, e, escapando-lhe que a concepção era devida ao Espírito, acreditasse que não tinha nascido diferente dos outros aquele que ele não via diferente dos outros.

Com efeito, aquele no qual ele constatou uma natureza idêntica à de todos tinha, pensava ele, uma origem semelhante à de todos; ele não compreendeu que estava livre dos laços do pecado aquele que ele não viu isento das fraquezas da mortalidade. Porque Deus, que, em sua justiça e em sua misericórdia, dispunha de muitos meios para elevar o gênero humano, preferiu escolher para isso a via que lhe permitisse destruir a obra do diabo, apelando não a uma intervenção de poder, mas a uma razão de equidade.

Porque, não sem fundamento, o antigo inimigo, em seu orgulho, reivindicava direitos de tirano sobre todos os homens e, não sem razão, oprimia sob seu domínio aqueles que ele tinha prendido ao serviço de sua vontade, depois que eles, por si mesmos, tinham desobedecido ao mandamento de Deus. Por isso não era de acordo com as regras da justiça que ele cessasse de ter o gênero humano como escravo, como o tinha desde a origem, a não ser que fosse vencido por meio do que ele mesmo tinha reduzido à escravidão.

Para esse fim, Cristo foi concebido de uma Virgem, sem intervenção de homem... Ele [o demônio] não pensou que o nascimento de uma criança gerada para a salvação do gênero humano não lhe estava sujeito como o estava o de todos os recém-nascidos. Com efeito, ele o viu vagindo e chorando, viu-o envolto em panos, submetido à circuncisão e resgatado pela oferenda do sacrifício legal. Mais tarde, reconheceu os progressos normais da infância, e até na idade adulta nenhuma dúvida lhe aflorou sobre o desenvolvimento conforme a natureza.

Durante este tempo ele lhe infligiu ultrajes, multiplicou injúrias, usou de maledicências, calúnias, blasfêmias, insultos, enfim, derramou sobre ele toda a violência do seu furor e o pôs à prova de todos os modos possíveis; sabendo com qual veneno tinha infectado a natureza humana, ele jamais pôde crer que fosse isento da falta inicial aquele que, por tantos indícios, ele reconhecia por um mortal.

Ladrão atrevido e credor avaro, ele se obstinou em levantar-se contra aquele que não lhe devia nada, mas exigindo para todos a execução de um julgamento geral pronunciado contra uma origem manchada pela falta, ultrapassou os termos da sentença sobre a qual se apoiava, porque reclamou o castigo da injustiça contra aquele no qual não encontrou falta. Tornando-se, por isso, caducos os termos malignamente inspirados na convenção mortal, e, por causa de uma petição injusta, que ultrapassava os limites, a dívida toda foi reduzida a nada. O forte é atado com os seus próprios laços, e todo o estratagema do inimigo cai sobre a sua cabeça. Uma vez amarrado o príncipe deste mundo, o objeto de suas capturas lhe foi arrancado. Nossa natureza, lavada de suas antigas manchas, recupera sua dignidade, a morte é destruída pela morte, o nascimento é renovado pelo nascimento, porque, ao mesmo tempo, o resgate suprime nossa escravidão, a regeneração muda nossa origem e a fé justifica o pecador”

sábado, 9 de abril de 2011

Saber viver na abundância e na penúria


"Sei viver na penúria, e sei também viver na abundância. Estou acostumado a todas as vicissitudes: a ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade." Fl. 4, 12
O apóstolo pela graça, Paulo, nos ensina uma lição muito importante. Não podemos parar a nossa vida por causa de uma situação adversa, porque de repente tudo mudou, perdemos o emprego, perdi no vestibular, alguém que amamos se foi... precisamos aprender a confiar na graça, precisamos saber em quem pusemos a nossa confiança, como o próprio Paulo também nos fala. É fácil? Não mesmo. Exige tempo, tempo diante do Senhor, tempo de escuta, tempo fixando os olhos no Crucificado. Diante da Sua santa Cruz, descobrimos muitas coisas, o sentido das nossas dores, que completam o sofrimento de Cristo, que a dor deve nos ensinar virtudes necessárias à santificação. Mas este mistério só pode ser contemplado por quem, em primeiro lugar, fez a experiência com o Amor do Pai, com o Amor de Jesus, que o fez abraçar a Cruz, nem jamais pensar em desistir dela.
Somente com essa consciência que Deus, em seu infinito amor pela humanidade, não poupou seu próprio Filho, mas o enviou a nós, semelhante em tudo, menos no pecado, para sofrer, padecer e morrer por nós diante dos senhores deste mundo. Mas, antes disso, durante cerca de três anos, Ele andou pelas comunidades, anunciou a Boa Nova, e Ele mesmo era e é a Boa Nova, comunicou o Amor do Pai para todos os que o escutaram e já doava da sua graça, de tudo o que já exalava a Sua presença para todos os que o seguiam. Não só milagres na forma de curas e libertações, mas também o amor gratuito aos estranhos, o acolhimento, a misericórdia que se derramava de suas mãos, o amor que já deixava tocar em suas mãos, em seus gestos, em seu olhar, como diante da personagem conhecida como “a pecadora”, que seria apedrejada, era o que a lei mandava. Mas, Jesus viera para levar a lei à perfeição, e não parece bom matar alguém, seja qual for o motivo. Então, Jesus intervém. Nada fala, pois sem nem seria possível naquele momento. Mas, naquele momento em que tudo faltava para aquela mulher, Jesus lhe oferece a única coisa necessária para sua vida, o Amor d’Ele. Ela continuou, após ter sido libertada daquele jugo da lei, continuou a ser excluída, era uma prostituta, que não voltou a pecar, foi a ordem que o Amor exigira, mas tudo ainda faltava. Saber viver com o essencial, é o que precisamos aprender. Com Jesus, conhecemos a Providência Divina, observem como crescem os lírios, os passarinhos... somente confiam na Providência, num mistério da criação. Ora, o Criador e suas criaturas tem algum tipo de comunicação nesse caso. O Pai do Céu, tudo providenciou para aqueles que criou, até mesmo a sua casa, Ele cede para que tecam seus ninhos.
Como os passarinhos, aprendamos em tudo confiar, porque tudo podemos n’Aquele que nos dá força.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quaresma, tempo de penitência e silêncio para ouvir o Senhor



Neste tempo em que fazemos memória da Paixão do Senhor, somos convidados a nos voltarmos ao Senhor de todo o coração, com contrição, através das práticas espirituais: jejum, penitência, oração pessoal, adoração ao Santíssimo Sacramento, a oração do Santo Rosário etc. Neste tempo em que voltamos o nosso olhar para o calvário, somos convidados a amar o Jesus crucificado, "Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome." Fl. 2, 6-9.
Voltemo-nos para Deus, com o coração humilde, que é graça de Deus, devemos pedir sempre: Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!
Voltemos para Ele que está pronto a nos acolher, façamos este caminho santo rumo à Cruz, para que também possamos chegar um dia à glória da ressurreição. Por Cristo Nosso Senhor, amém!

sábado, 2 de abril de 2011

Humildes para subir ao Calvário e alcançar Misericórdia


Me Jesus, desejo, como nos inspira Santo Agostinho, teu servo, observar as tuas chagas e o teu Preciosíssimo Sangue derramado para ter gravado em meu coração a Tua Paixão, desejo Senhor Jesus, adentrar em tuas chagas para esconder-me das tentações do Maligno e unir as minhas pequenas dores às terríveis dores que sofreste na Cruz, unir os pequenos ultrajes à humilhação que sofreste, perecendo diante dos senhores deste mundo. E, no cerne da tua entrega de amor, aprender a me entregar, sem reservas, à vontade do Pai, a calar-me como ovelha ante o tosquiador, mansa diante do escárnio, como o Senhor.
Será possível, Senhor, que alguém ame como o Senhor amou? Será possível a um ser humano comportar em seu coração pecador, tanto amor e misericórdia?
Eu te louvo pela tua Misericórdia, ó Divino Salvador!
Ensina-me e a cada um de nós, a subirmos piedosa e humildemente ao Calvário, para junto à Ti desfrutarmos da sua gloriosa ressurreição, por Cristo, Nosso Senhor. Amém!
Pela sua dolorosa Paixão, tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro!
Jesus, eu confio em Vós!